Falei de Ti

   Falei de Ti e não soube o que disse
  O som da minha voz se longe se ouvisse
  Era incompreensível mesmo que fosse perto.
  Se não Te conheço como posso falar de Ti?
  Falo a Teu respeito o que dos outros ouvi?
  Então não me posso gabar de estar certo.

   Sinto o desejo de Te conhecer pessoalmente. 
Tenho a certeza que então seria diferente
As minhas palavras já teriam outro sentido.
Quando falamos por experiência própria
Falamos do original não de uma fotocópia
E ao redor de nós há sempre quem tenha ouvido.

E mesmo se não falarmos o gesto indica,
Como o alongar do nosso dedo que se estica,
Para a certeza plena da nossa pouca erudição.
Está certo quem diz que o gesto é tudo
Porque pelas acções nos revelamos sobretudo
Até que ponto há dentro de nós educação.

É certo que corremos o risco do desprezo
De homens ditos sábios e com muito peso
Que se gabam de instrutores da sociedade.
Afirmam eles aos quatro ventos sabedoria
Que aos simples como eu nos arrepia
Porque descobrimos nessas palavra só vaidade.

Falei de Ti meu Deus sem Te conhecer
Mas ó meu Deus o que eu só quis dizer
É que Te amo mesmo sem saber quem és.
Se pequei perdoa-me o meu atrevimento
É que eu anseio pelo Teus conhecimentos
E daqui em diante me prostrarei a Teus pés.

Autor: «J. Éfe »